SOLUÇÃO: Primeiro, embora a passagem possa dar a idéia de que o tempo necessário para que a nação de Israel fizesse aquela travessia fosse curto, esta não é uma conclusão obrigatória. O texto afirma que Deus fez com que um forte vento oriental soprasse e recuasse as água "toda aquela noite" (Êx 14:21).
O versículo 22 parece indicar que logo na manhã seguinte a multidão de israelitas começou a caminhada pelo leito feito dentro do mar. O versículo 24 afirma também: "Na vigília da manhã, o Senhor... viu o acampamento dos egípcios". Finalmente, de acordo com o versículo 26, Deus disse a Moisés: "Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem sobre os egípcios". Entretanto, não há referência alguma sobre o tempo em que este comando foi dado, e não é obrigatória a conclusão de que Israel tenha completado a ultrapassagem naquela mesma manhã.
Segundo, mesmo que admitamos que a travessia tenha levado 24 horas, isso não é assim tão impossível como pode parecer. A passagem não diz que o povo cruzou o mar numa fila indiana, ou que tenham tido de passar por uma faixa de terra seca da largura de uma rodovia dos nossos dias. De fato, é muito mais provável que Deus tenha aberto uma secção de alguns quilômetros de largura no mar. Isso certamente estaria de acordo com a situação, já que é muito provável que o acampamento dos israelitas nas margens do Mar Vermelho se estendesse por uns cinco quilômetros. Quando chegou a hora de o povo marchar sobre solo seco, provavelmente eles se moveram como uma grande multidão, avançando como um exército que estivesse invadindo as linhas do inimigo.
Em Êxodo 13:18, o mar é chamado de Mar Vermelho. Em hebraico é yam suph, que pode ser traduzido por "Mar dos juncos". Esta era possivelmente uma referência a uma parte do mar bem mais ao norte do que hoje se chama Golfo de Suez. Parece ser este o caso, por várias razões. Primeiro, o Golfo de Suez não era conhecido por ter juncos. Segundo, ele é muito mais ao sul do que Pi-Hairote e Migdol, onde Israel acampou junto ao mar, de acordo com o versículo 2. Terceiro, para que Israel atingisse a extremidade mais ao norte do Golfo de Suez, eles teriam de ter atravessado uma grande extensão de deserto, e tal tipo de jornada não é indicado no texto.
O Mar de juncos não era simplesmente uma extensão de terra pantanosa e rasa. Isto é evidente por pelo menos duas razões. Primeiro, o versículo 22 afirma que quando o mar foi repartido, "as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda". Isso obviamente não aconteceria se o mar fosse apenas um pântano. Segundo, depois que os egípcios entraram pelo mar em perseguição a Israel, Deus instruiu Moisés a estender a mão sobre o mar, e as águas voltaram ao seu nível normal e "cobriram os carros e os cavalarianos de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar" (14:28). Esta não teria sido uma descrição correta se o "Mar de juncos" fosse simplesmente uma extensão de terra pantanosa e rasa.
É possível que o mar tenha sido o que se conhecia como o Lago Ballah. Este lago, embora tenha desaparecido em decorrência da construção do Canal de Suez, provavelmente não tinha mais do que 20 ou 25 quilômetros de largura. É claro que não haveria problema algum para que toda aquela multidão pudesse atravessar esta distância em um dia.
Mesmo que suponhamos que Israel tenha atravessado pela parte mais larga do Golfo de Suez, isto também não é um problema. Se admitirmos que a extensão atual do golfo é comparável com a sua extensão naquele tempo, é provável que ele tivesse, em média, não mais do que 65 quilômetros. Teria sido necessário caminhar a uma velocidade inferior a 3 quilômetros por hora para cruzar aquela extensão de 65 quilômetros em 24 horas.
Este foi um dos maiores milagres dentre outros, pelo desafio as leis da física. 1° a agua é moldável onde se encontra; o fundo do mar é mais ou menos nivelado pela quantidade de lama depositada pela erosão tendo alguns metros de profundidade e é praticamente impossível caminhar. O vento que soprou do norte segurou toda agua no lado sul
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