"O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos." (Gênesis 49 : 10)
PROBLEMA: A palavra "Silo" com freqüência é entendida como sendo uma referência a Jesus Cristo como o Messias que viria. Silo aparece numa frase como parte das palavras proféticas de Jacó para seu filho Judá. É através da tribo de Judá que o Messias viria (cf. 2 Sm 7; Mq 5:2); assim, parece ser apropriado entender este versículo como sendo uma referência ao Messias, Jesus Cristo. Entretanto, o NT não faz referência alguma a esta profecia como tendo sido cumprida em Cristo, nem menciona o nome Silo.
SOLUÇÃO: A solução a este problema envolve a pontuação da vogal do Texto Massorético (MT) do AT (veja Apêndice 1). A versão atualizada de Almeida traduz esta parte do versículo 10 da seguinte forma: "até que venha Silo". Esta versão segue a pontuação das vogais do texto MT e traduz a palavra hebraica shylh como o nome próprio "Silo". Silo (ou "Silo") era o nome de uma cidade situada a aproximadamente quinze quilômetros a nordeste de Betel. Embora alguns intérpretes considerem a afirmativa feita em Gênesis 49:10 como uma referência àquela cidade, outros têm entendido ser este nome uma referência ao Messias.
Entretanto, a maioria dos eruditos propõe uma diferente pontuação e entende que a palavra significa "a quem pertence" (como traduz a R-IBB). Esta proposição tem suporte de traduções antigas, tais como as versões grega e siríaca do AT, e outras. Essas versões antigas, sendo anteriores ao texto MT, também empregaram a frase "a quem pertence". Esta forma é ainda respaldada por Ezequiel 21:27 que afirma: "até que venha aquele a quem ela pertence de direito". Quando esta parte do versículo 10 é entendida desta forma, a passagem fica: "O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence, e a ele obedecerão os povos". À luz do exposto, o significado messiânico do versículo fica muito mais claro. Pois ele é cumprido com o Messias do NT (Cristo), como algumas passagens indicam: Mateus 2:6, Lucas 1:30-33, Apocalipse 5:5 e 19:11-16.
Olá querido irmão,
ResponderExcluirAchei interessantíssimo o blog, bem como este post. Respeito e muito a opinião de outros autores, mas corroboro com a sua explanada. Gostaria de saber sua opinião sobre a sequência das palavras de Israel/Jacó, versículos 11 e 12. Elas se remetem aquele a quem pertence ou a Judá? Na língua portuguesa, em uma análise semântica simples não podemos definir, pois o pronome poderia se direcionar a qualquer um dos sujeitos anteriores. Entretanto, é óbvio que uma hermenêutica de qualidade não se prende ao idioma "sujo" como o português, devemos "tomar da fonte de água limpa" que é o idioma original. Então, o que você tem a me dizer? Refere-se a quem? Cumpriu-se em quem?
Grato desde já pela atenção,
Fique na paz de Deus,
Guilherme Abreu - guiblanka.ml@gmail.com
arazaodafe@blogspot.com
Paz Irmão Guilherme!
ResponderExcluirAlguns comentaristas julgam que Gênesis 49:11, 12 se refere à abundância de vinhas no território de Judá, porém outros crêem que o texto fala em sentido figurado da exuberante abundância do reino universal do Messias, cujo advento é profetizado no versículo anterior.
Vejamos um pouco da duas opções:
Referência a Judá:
Paz, abundância e prosperidade prevaleceriam na terra de Judá. As vinhas seriam tão viçosas e as uvas tão abundantes que o cavaleiro conquistador poderia amarrar as rédeas do seu cavalo nos grandes ramos e desfrutar de seus frutos suculentos. O vinho seria tão abundante que os homens poderiam lavar suas roupas nele, se assim o quisessem. Uvas excelentes forneceriam o mais fino sustento. Os olhos de Judá não ficariam vermelhos com excesso de bebida (cintilantes de vinho, v. 12), mas "brilhantes de prosperidade" (NBC) e seus dentes seriam "mais brancos do que o leite" (brancos de leite). Isto é, a terra de Judá seria divinamente abençoada.
Referência ao Messias:
Creio que muito do que aqui se diz de Judá deve aplicar-se a nosso Senhor Jesus . NEle há abundância de todo o que alimenta e refresca a alma e que mantém e alegra a vida divina nela. Ele é a videira verdadeira; o vinho é o símbolo indicado por seu sangue, que se bebe, derramado em favor dos pecadores e aplicado pela fé; e todas as bênçãos de seu evangelho são vinho e leite, sem dinheiro e sem preço, ao qual é bem-vinda toda alma sedenta (Is 55.1).
Graça e Paz!