SOLUÇÃO: Conquanto muitos eruditos da atualidade tenham proposto uma data posterior para o evento do êxodo, de 1270 a 1260 a.C, há evidências suficientes para se dizer que não é necessário aceitar essa data. Uma explicação alternativa nos fornece um melhor relato de todos os dados históricos, e coloca o êxodo por volta de 1447 a.C.
Primeiro, as datas bíblicas para o êxodo o colocam nos anos em torno de 1400 a.C, já que 1 Reis 6:1 declara que ele ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomão (o que foi por volta de 967 a.C). Isso colocaria o êxodo por volta de 1447 a.C, de acordo com Juízes 11:26, que afirma que Israel passou 300 anos na terra, até o tempo de Jefté (o que foi cerca de 1000 a.C).
De igual modo, Atos 13:20 diz ter havido 450 anos de juízes, de Moisés a Samuel, sendo que este último viveu por volta de 1000 a.C. O mesmo ocorre com respeito aos 430 anos mencionados em Gálatas 3:17 (veja os comentários deste versículo), abrangendo o período de 1800 a 1450 a.C. (de Jacó a Moisés). O mesmo número é usado em Êxodo 12:40. Todas essas passagens indicam uma data em torno de 1400 a.C, não em torno de 1200 a.C, como os críticos afirmam.
Segundo, John Bimson e David Livingston propuseram uma revisão da data tradicionalmente atribuída ao fim da Idade do Bronze Média e início da Idade do Bronze Avançada, de 1550 para um pouco antes de 1400 a.C. A Idade do Bronze Média caracterizava-se por cidades grandemente fortificadas, cuja descrição se enquadra muito bem com o relato que os espias trouxeram a Moisés (Dt 1:28). Isso significa que a conquista de Canaã se deu por volta de 1400 a.C. Como as Escrituras afirmam que Israel vagueou pelo deserto por cerca de 40 anos, isso dataria o êxodo por volta de 1440 a.C, totalmente de acordo com a cronologia bíblica. Se aceitarmos os registros tradicionais dos reinos dos Faraós, isso significaria que o Faraó do livro de Êxodo foi Amenotep II, que reinou de cerca de 1450 a 1425 a.C.
Terceiro, outra possível solução, conhecida como a revisão de Velikovsky-Courville, propõe uma revisão na cronologia tradicional dos reinados dos Faraós. Velikovsky e Courville afirmam que há 600 anos a mais na cronologia dos reis do Egito. Evidências arqueológicas podem ser juntadas para substanciar esta proposta que de novo data o êxodo em 1440 a.C. De acordo com este ponto de vista, o Faraó nesse tempo era o rei Tom. Isto se harmoniza com a afirmação de Êxodo 1:11, de que os israelitas foram escravizados para construírem a cidade chamada Pitom (residência de Tom). Quando a cronologia bíblica é tomada como padrão, todas as evidências arqueológicas e históricas se encaixam direitinho. (Veja Geisler e Brooks, When Skeptics Ask [Quando os Cépticos Questionam], Victor Books, 1990, cap. 9.)
MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia -
Norman Geisler - Thomas Howe.
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