PROBLEMA: À primeira vista esse versículo parece estar dizendo que, se crermos, Deus nos atenderá em qualquer pedido que lhe fizermos. Por outro lado, Paulo pediu a Deus por três vezes que lhe fosse afastado aquele espinho da carne, e Deus recusou (2 Co 12:8-9).
SOLUÇÃO: Há limitações sobre o que Deus dará, indicadas tanto pelo contexto como por outros textos e pelas leis da própria natureza de Deus e do universo.
SOLUÇÃO: Há limitações sobre o que Deus dará, indicadas tanto pelo contexto como por outros textos e pelas leis da própria natureza de Deus e do universo.
Primeiro Deus não pode nos dar qualquer coisa. Há coisas que são realmente impossíveis. Por exemplo, Deus não atenderá ao pedido de uma criatura para ser Deus. Nem pode atender a quem peça que aprove um pecado que tenha cometido. Deus não nos dará uma pedra se lhe pedirmos pão, nem nos dará uma serpente se lhe pedirmos um peixe (cf.Mt 7:9-10).
Segundo, o contexto da promessa de Jesus em Marcos 11 indica que ela não foi incondicional, pois o versículo seguinte logo diz: "perdoai,... para que vosso Pai vos perdoe... mas, se não perdoares, também vosso Pai... não vos perdoará". Assim, não há razão para acreditar que Jesus pretendia que tomássemos a sua promessa ao pé da letra, de nos dar "tudo" que pedíssemos, sem condição alguma.
Terceiro, todas as passagens difíceis devem ser interpretadas em harmonia com outras passagens claras das Escrituras. E está claro que Deus não promete, por exemplo, curar todas as pessoas por quem orarmos com fé. Paulo não foi curado, embora tenha orado ardentemente e com fé (2 Co 12:8-9). Jesus ensinou que não foi a falta de fé daquele cego que impediu a sua cura, mas explicou que ele tinha nascido cego "para que se manifestem nele as obras de Deus" (Jo 9:3).
Apesar da capacidade dada por Deus ao apóstolo Paulo para curar outros (At 28:9), aparentemente ele não pôde curar, mais tarde, Epafrodito (Fp 2:25ss) nem Trófimo (2 Tm 4:20). Com certeza não foi a falta de fé que trouxe a doença a Jó (Jó 1:1). Além disso, se a fé do recebedor fosse a condição para que um milagre fosse recebido, então nenhum dos mortos que Jesus ressuscitou teria voltado à vida, pois os mortos não podem crer!
Finalmente, quando se considera o restante das Escrituras, além da fé há muitas condições colocadas na promessa de Deus para a resposta a uma oração. Temos de "permanecer nele" e permitir que a sua Palavra permaneça em nós (Jo 15:7). Não podemos "pedir mal", segundo o nosso egoísmo (Tg 4:3). Além disso, temos de pedir "segundo a sua vontade" (1 Jo 5:14). Até mesmo Jesus orou: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! (Mt 26:39).
Com efeito, sempre essa condição - "se for da tua vontade" - tem de ser afirmada ou estar implícita, exceto nas promessas incondicionais de Deus. Porque a oração não é um recurso mediante o qual Deus nos serve. A oração não é um meio pelo qual conseguimos que toda a nossa vontade se faça nos céus, mas um meio pelo qual Deus faz com que a sua vontade se faça na terra.
MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia -
Norman Geisler - Thomas Howe.
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"Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem. Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção. Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo." [Efésios 4:29-32 (NVI)]
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