COMPREENDENDO A NATUREZA E O DESTINO HUMANO (Parte 5)
CONCLUSÃO FINAL
Ao discorrer sobre aquilo que acontece com a pessoa no momento da morte, Jesus, em Mateus 10.28, deixou-nos preciosas informações sobre a natureza e o destino humanos.
Ao empregar a palavra “alma-psyche” literalmente, nosso Senhor revelou Sua crença na imortalidade da alma.
E, como conseqüência natural disso, Ele, ao utilizar o verbo apolesai, disse que Deus castigará os ímpios interminavelmente na Geenna. Nessas duas declarações, portanto, nota-se que os assuntos “Natureza Humana” e “Destino Humano” estão intimamente relacionados. Se o homem tem uma alma imortal, segue-se que os perdidos serão atormentados infindavelmente.
Deixamos a seguir algumas lições sobre a constituição e o destino humanos extraídas de Mateus 10.28, lições estas que se constituem num perfeito resumo daquilo que o restante da Bíblia ensina sobre esses dois temas.
1. Jesus disse que a natureza humana consiste de dois elementos: corpo e alma.
2. Na ocasião da morte, a alma separa-se do corpo, não morrendo com ele, o que demonstra ser ela um elemento imaterial e imortal. Isso já refuta o conhecido argumento dos ASD (e das TJ) de que a Bíblia não ensina, em lugar algum, que o homem tem uma alma imperecível que vive à parte do corpo.
3. Se Jesus disse que a alma não morre com o corpo, segue-se que ela é um elemento dotado de vida própria. Ou seja, um corpo sem alma é um corpo morto; porém, uma alma sem um corpo não é uma alma morta, mas uma alma viva.
4. A fonte de vida para o corpo está na alma; ou seja, ela é o elemento que vivifica o corpo, como tantos outros textos bíblicos ensinam.
5. No dia ressurreição, corpo e alma, que se desligaram na morte, religar-se-ão, pois Jesus disse que Deus lançará na Geenna esses dois componentes, ou seja, a pessoa integral. Isso contesta a alegação dos ASD de que as Escrituras jamais falam em almas retornando aos corpos no momento da ressurreição.
6. Se a alma e o corpo dos mortos serão religados futuramente, depreende-se que o estado desincorporado de existência é uma anormalidade temporária, que será corrigida na circunstância da ressurreição.
7. Se a “alma” mencionada por Jesus em Mateus 10.28 é imortal, e se Ele não usou o verbo apolesai para falar de aniquilamento, então essas duas constatações, juntas, formam um testemunho robusto e coerente em prol da idéia de que a Geenna não é um lugar de extinção, mas de punição eterna e consciente.
8. A advertência de Jesus aos Seus discípulos, de que eles deveriam temer a Deus, só se reveste de sentido se Ele tinha como certo que Deus atormentará os maus infindavelmente na Geenna.
Quando analisamos as muitas passagens bíblicas que tratam do destino derradeiro de ímpios e demônios, fica evidente que os autores bíblicos não economizaram palavras nem recursos lingüísticos para nos comunicar o quão inimaginavelmente terrível será o fim de todos os inimigos do Todo-Poderoso. Tais autores não apenas foram explícitos, mas também usaram uma linguagem altamente aterradora, horripilante para falar sobre esse assunto. Essa linguagem empregada pressupõe, obrigatória e logicamente, um castigo sem fim para os réprobos, e, por conseguinte, a imortalidade da alma, como vimos nas palavras de Jesus que constam em Mateus 10.28.
Contudo, se essa linguagem clara e terrível pressupusesse “aniquilamento”, então as declarações que os profetas, Jesus e os apóstolos fizeram, a fim de enfatizar a advertência de que “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31), ficariam destituídas de sentido, pois teriam servido, estranhamente, para enfatizar que os réprobos não serão, em hipótese alguma, punidos infindavelmente.
Em outras palavras, Deus, por meio dessas declarações, teria tido a intenção de deixar bem claro para ímpios e demônios a seguinte mensagem: “Atenção, inimigos do SENHOR! Certamente vocês serão condenados. Porém, eu, o SENHOR, de forma alguma castigarei vocês interminavelmente na Geenna! A doutrina do tormento eterno, pregada pela maioria dos cristãos, é uma grande mentira. Fiquem tranqüilos, pois vocês sofrerão só um pouco na Geenna, mas depois serão aniquilados”. Não haveria sentido algum em Deus enviar diversas mensagens explícitas e aterrorizadoras sobre o destino final de ímpios e anjos caídos, se a Sua intenção tivesse sido enfatizar que tais seres não serão, de maneira alguma, atormentados eternamente, mas aniquilados.
Como se percebe, embora agradável e coerente para o homem sem Cristo, a tese do aniquilamento não somente faz com que ninguém tema a Deus (o que contraria as palavras de Jesus em Mt 10.28), mas também se constitui numa excelente notícia para ímpios e anjos caídos. Afinal, ser aniquilado é infinitamente melhor que ser atormentado pelos séculos dos séculos. Dessa maneira, por mais incrível, surpreendente e absurdo que possa parecer, os apóstolos do aniquilacionismo conseguiram, sem ter consciência disso, transformar a mensagem horripilante acerca da ira divina vindoura numa espécie de “boas-novas” para todos os inimigos de Deus.
A equivocada leitura que fazem dos textos que tratam do juízo final conduz, inevitavelmente, a esta absurda conclusão: quanto mais aterradoras e explícitas forem as advertências acerca do juízo divino, mais alegres e consolados os réprobos ficarão, pois terão certeza absoluta de que essas advertências não passam de uma garantia, dada pelo próprio Deus, de que eles jamais serão castigados eternamente, não importa o quão perversos sejam agora. Deus lhes assegura que eles serão aniquilados.
Diante dessas “boas-novas” de consolo, alegria e segurança quanto ao seu destino final, por que os réprobos haveriam de temer “aquele que pode fazer perecer na Geena a alma e o corpo” (Mt 10.28)? Por causa de uma interpretação das Escrituras puramente humana e materialista, os proponentes da espúria teoria do aniquilamento conseguiram, lamentavelmente, perverter o claro ensinamento bíblico acerca do juízo divino futuro, transformando-o num evangelho para ímpios contumazes e demônios, cuja mensagem central para estes seres reprovados é: “Não se preocupem, pois Deus jurou, em Sua palavra, que jamais castigará vocês eternamente! Vocês terão um ‘final feliz’: serão aniquilados!”.
(Parte 1) - Jesus acreditava na imortalidade da alma e no castigo eterno dos perdidos? (Mt 10.28)
(Parte 2) - A Alma e o Inferno - Análise de Mateus 10.28
(Parte 4) - Qual o significado de Destruir (apolesai) em Mateus 10.28?
(Parte 5) - A Imortalidade da Alma e o Castigo Eterno - Conclusão
Paulo Sérgio de Araújo
Ser aniquilado e desaparecer não é melhor do que morrer e acabar.
ResponderExcluirMorrer e aniquilar são dolorosos.
Então, a discussão não seria esta. A discussão seria há "vida" após a morte/ressureição?